A tradição começa quando um costume ou hábito aprende a infiltrar-se na vida das gentes e, como se tivesse estado sempre ali, procura a eternidade na transmissão de geração em geração, assumindo-se como um saber e uma história partilhados. O Imaterial nasceu ainda há pouco, em 2021, mas é esse caminho que quer fazer, pensando, reflectindo e divulgando o património dos povos de todo o mundo, espalhando as suas visões da vida e contribuindo para um entendimento mais pleno e harmonioso entre aqueles que habitam o planeta em cada momento histórico. Sabendo escutar-se, respeitar-se e reconhecer-se. Porque um espelho que nos devolve apenas a nossa imagem de pouco serve – não promove a descoberta, limita-se a confirmar aquilo que de nós já conhecemos. Vamos ainda para a segunda edição, mas a segunda de muitas. As raízes estão plantadas na terra e a crescer. 

Na sequência do reconhecimento por parte da UNESCO, em 2014, do cante alentejano como expressão cultural elevada a Património Imaterial da Humanidade, também o cante, mesmo que simbolicamente, era colocado ao lado de outros preciosos géneros musicais do planeta. Mas acreditamos que essa distinção não é uma prateleira vistosa onde se guardam as honras e as distinções recolhidas ao longo da vida. O Imaterial procura, por isso, colocar em diálogo e oferecer um palco a expressões musicais e culturais vivas, que continuam a contar a história dos vários povos que habitam o mundo, abrindo-nos janelas e portas para os seus quotidianos. Sem intenção de mera preservação museológica. Porque esta é música que existe hoje, que é cantada e tocada por quem agora a reivindica como sua e a partilha com os públicos. 

No Imaterial, temos como verdade que o património só existe se houver quem o reclame e quem o reinterprete, quem saiba escutar o passado, com ele aprender, mas nele não encontrar uma prisão e uma limitação. Activar um património é levá-lo connosco e é saber escutar para então acrescentar alguma coisa. Ouvirmo-nos é a melhor forma de percebermos quem somos e onde estamos. É isso que, mais uma vez, queremos fazer juntos.



FICHA TÉCNICA

IDEIA E CONCEPÇÃO

Carlos Seixas e Luís Garcia

ORGANIZAÇÃO

Câmara Municipal de Évora/DCP em parceria com a Fundação Inatel

DIREÇÃO GERAL

Luís Garcia

DIREÇÃO ARTÍSTICA

Carlos Seixas

PRODUÇÃO EXECUTIVA

GINDUNGO

DIREÇÃO DE PRODUÇÃO

Francisca Lima
Marta Dobosz
Joana Dias
Nuno Figueiredo
Sónia Melro

DIREÇÃO TÉCNICA

António Rebocho
João Paulo Nogueira
Manuel Chambel
Pedro Bilou
Leston Design - Pedro Leston, Paulo Correia e Francisco Leston

CURADORIA CICLO DE CINEMA

Lucy Durán

PRÉMIO IMATERIAL - ESCULTURA

Pedro Fazenda

COMUNICAÇÃO

Divisão de Comunicação CME
Creative Industries Programmes by SC - Sara Cavaco / Sara Espírito Santo (Sara Does PR) / Sandra Lopes
Joana Dias
Raquel Bulha
vivóeusébio

TEXTOS

Gonçalo Frota

TRADUÇÕES

Nicholas Carvalho

CONCEPÇÃO GRÁFICA

vivóeusébio

VÍDEO e FOTOGRAFIA

GMT Produções

ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO

Adelino Rodrigues
Aminata Barry
Ana Dias
Ana Duarte
José Bugalho
Margarida Mouro
Maria de Jesus Tenda

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Miguel Madeira
Paulo Carocho
Tomé Baixinho

EQUIPAMENTOS E ESTRUTURAS

Nuno Urbano
João Matos
Carlos Remígio
Renato Rainha