Prémio Imaterial — Lucy Durán
Prémio Imaterial — Lucy Durán
reino unido
Palácio Dom Manuel
09 out / 21:30
Na sua primeira edição, o Imaterial quis de imediato distinguir e lançar alguma luz sobre aqueles que, pela sua exemplar prática, encostam o ouvido à tradição e nela sabem escutar muito mais do que um eco do passado. Instituiu-se, assim, o Prémio Imaterial, com a finalidade de dirigir um agradecimento público a individualidades que prestem um valioso serviço ao diálogo entre as diferentes culturas e à defesa intransigente dos direitos humanos e da igualdade entre os povos. Depois de Kepa Junkera, músico basco cujo percurso se pauta por uma visão muito pessoal daquilo que significa trabalhar a partir dos sons tradicionais, o Prémio Imaterial estende a sua vénia à etnomusicóloga e produtora baseada no Reino Unido, Lucy Durán. Filha do compositor espanhol Gustavo Durán, cedo o seu fascínio pela música africana a pôs a caminho do continente, com o propósito de aprender e desbravar músicas que, na década de 1970, eram pouco conhecidas ou ignoradas pelo resto do mundo. Tendo dirigido as suas energias sobretudo para as músicas cubana e maliana – em especial a música das mulheres do Mali e da kora –, Lucy Durán produziu mais de 20 álbuns, assinados por músicos como Bassekou Kouyaté, Kasse Mady Diabaté ou Trio Da Kali com Kronos Quartet. Um dos seus registos mais importantes é o clássico imediato New Ancient Strings, duo de Toumani Diabaté e Ballaké Sissoko. A sua incansável missão de divulgação destas músicas levou Durán a criar os primeiros cursos em música da África Ocidental e de Cuba na SOAS University em Londres, a apresentar programas na BBC Radio 3 e a dedicar-se também ao cinema documental. É essa inspiradora e preciosa viagem que o Imaterial tem, agora, o prazer de homenagear.

Prémio - escultura de PEDRO FAZENDA